Três zagueiros com alas agudos? Ou dois zagueiros e laterais mais conservadores? O que espera o Grêmio nesta quarta-feira (7) em Quito? Renato Paiva, o português que assumiu o Independiente del Valle, tem apresentado como uma de suas características as mudanças frequentes de sistema e de jogadores.
Contra o Unión Española, pela Libertadores, usou três zagueiros. Nos três jogos seguintes, pelo Campeonato Equatoriano, só voltou a repetir esse sistema contra o Técnico Universitário. Há uma perspectiva de possa voltar a essa formação contra o Grêmio. Mas nenhuma garantia.
O que Paiva mantém é uma base de seis ou sete jogadores: o goleiro Moisés Ramírez, 20, os zagueiros Schunke e Pacho, 21, o volante Pellerano, que é o organizador do time, os argentinos Cristian Ortiz, meia-atacante, e Faravelli, armador, e o atacante paraguaio Montenegro, contratado neste ano para substituir a jovem estrela Moisés Caicedo, vendido ao Brighton.
Quando parte de uma linha de quatro na defesa, Paiva troca os alas Sánchez e Bedder Caicedo por Hurtado e Johanner Chávez. É quando o português adota seu sistema preferido, o 4-3-3. No sábado, no 2 a 2 com o Barcelona, em Guayaquil, ele montou seu trio ofensivo com Ortiz aberto à direita, Montenegro centralizado e Bedder como um ponta-esquerda. No meio-campo, o Grêmio precisará acossar, principalmente, a Pellerano. Argentino, 39 anos, é quem pensa o jogo e dá as direções para o time. Tudo passa por ele e pelos seus passes ou inversões de jogo. Seu compatriota Faravelli também tem qualidades de armador e organizador, mas é mais vertical. Ao seu lado, García tem sido mais utilizado. Porém, Pedro Vite, 19 anos, a nova joia do clube ao lado de Pacho, sempre que entra deixa marcas como assistência ou gol.
A certeza para o jogo no La Casablanca é que Paiva seguirá apostando na ideia do jogo de posição, só que com um volume bem maior de jogo, numa comparação direta com o Inter de Miguel Ramírez. Aliás, o volume e a intensidade são armas do Del Valle para suplantar os forasteiros na altitude. O que exigirá do Grêmio um jogo mais estratégico e que, talvez, não permita marcar tão alto como fez na Arena, no último sábado (3).