Caso seja campeão, o Inter receberá o prêmio pelo Brasileirão com um desconto de 25%. Ou seja, dos R$ 33 milhões destinados pela CBF, R$ 8,25 milhões ficarão pelo caminho. Isso se deve ao fato de que o clube fechou com a Rede Globo apenas a transmissão dos jogos para TV aberta e pay-per-view. O valor da premiação foi definido tendo como base os valores pagos pela emissora nas três modalidades de transmissão.
Como o Inter fechou com a Turner para a TV fechada, não receberá o valor proporcional a essa plataforma. Esse contrato, assinado lá em 2016, na gestão de Vitório Piffero, se encerra agora, ao final deste campeonato.
O acordo com a Turner também prevê um percentual vinculado ao resultado de campo – 50% é fixo, 25% é referente à exposição e os outros 25% conforme a colocação. Só que há uma discussão entre os clubes.
Na renegociação do contrato, conduzida no ano passado, quando os norte-americanos ameaçaram a rescisão unilateral, houve um pedido para que os valores destinados ao critério de classificação fossem divididos de forma igualitária entre os oito parceiros (Inter, Palmeiras, Santos, Athletico-PR, Coritiba, Ceará, Fortaleza e Bahia).
Para isso, no entanto, o pagamento teria de ser feito até a virada do ano. O que não aconteceu. Agora, a nova gestão do Inter fincou pé e exige que o contrato original seja cumprido, com o campeão embolsando uma fatia maior. A estimativa é de que isso signifique algo entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões. O que amenizaria a perda de 25% do prêmio do Brasileirão por não ter acordo integral com a Rede Globo.
A atual direção mostra alívio com o final do contrato com a Turner. Isso abre a perspectiva de negociar a TV fechada com a Rede Globo e centralizar os jogos com um único parceiro. O cálculo das perdas ao assinar com o conglomerado norte-americano é alto. Perto de R$ 100 milhões, tomando-se como modelo o acordo fechado pelo Grêmio com a Rede Globo, que gerou luvas desse valor.
Além disso, houve renegociação para evitar que o vínculo fosse rompido na metade de 2020, quando a Turner alegou que cláusulas haviam sido infringidas. Vale lembrar que a proposta inicial, trazida pela gestão Piffero em 2016, era de seis anos de contrato. O que foi vetado pelo Conselho Deliberativo. Foram aprovados apenas dois anos, mas que deixaram algumas marcas.