O Grêmio venceu o Bahia. E essa foi a boa notícia na Arena. Seria a única, não fosse o primeiro gol de Vanderson, comemorado com lágrimas de quem disputou nesta quarta-feira o maior jogo de sua vida. Não fossem também as estatísticas que vieram a reboque dessa vitória. Foi o 13º jogo seguido do Grêmio sem perder no Brasileirão, uma série significativa que acaba virando poeira com o acúmulo de jogos e competições. O 2 a 1 com atuação simplória, se ficou longe de empolgar, ao menos permite ao Grêmio entrar no G-4 - pode até seguir nele se o Inter perder para o Ceará.
O fraco rendimento pode ser explicado por algo que desafiará Renato nas próximas seis rodadas. A cabeça dos jogadores parecia longe, já na final da Copa do Brasil. Nada funcionou bem. Jean Pyerre teve alguns lampejos. Pepê foi discreto — e isso tem acontecido com alguma frequência. A marcação foi frouxa e permitiu ao Bahia jogar desenvolto, com espaço. Por sorte, o Bahia tem limitações técnicas preocupantes. Não à toa completou o sétimo jogo seguido sem pontuar.
É inegável que o aspecto mental interferiu no Grêmio. Mas a atuação também pode ser explicado pela decisão de Renato em manter Lucas Silva no meio-campo, repetindo no setor a formação do Morumbi. Essa escolha não deu a consistência defensiva que se espera e tira a capacidade de articulação. Lucas é um jogador importante, não à toa é o segundo mais usado no Grêmio em 2020 — só jogo menos que Vanderlei. Mas adotá-lo como titular tira muito do lustro do time, reduz a velocidade de transição. Contra o Bahia, foi possível vencer, mesmo com um ritmo menos intenso. Só que, a partir de agora, virão Atlético-MG, Palmeiras e o Gre-Nal. Jogos que, certamente, exigirão um time mais agressivo e ligado.