Foi nos pênaltis, mas ficou longe de ser casual ou questão de sorte a eliminação do Inter na Copa do Brasil. Por 184 minutos, o América-MG controlou o confronto e soube como jogá-lo. Principalmente, em Belo Horizonte, quando fez um jogo de estratégia. Deixou que os zagueiros colorados jogassem e marcou os demais jogadores.
Expôs fragilidades e problemas de um time que está no meio do caminho entre uma ideia adotada por 11 meses e outra implantada nos últimos 11 dias. O gol aos 94 minutos, no penúltimo de acréscimo, foi um prêmio a um time que, se careceu de qualidade técnica, sobrou em resiliência. Veio em um momento no qual qualquer apuro tático havia sido abandonado.
Abel havia lançado Caio Vidal, Yuri e Praxedes, juntando-os a D'Ale e Galhardo na frente. Era a tentativa para salvar um time que criou muito pouco, não teve em D'Alessandro o seu criador e viu um Galhardo perdido entre os zagueiros.
A rigor, o gol de Yuri, em bola alçada quase do meio-campo e desviada por Galhardo, foi a única chance clara. Muito pouco para quem deveria comandar o confronto. Afinal, tratava-se de um time da Série A contra um da Série B.
O gol e a sobrevida nos pênaltis apenas prorrogaram o sofrimento do torcedor. A eliminação dá sinais claros de que o Inter pegou uma estrada pedregosa e que aponta o Boca esperando logo ali na esquina. Precisa, urgentemente, encontrar saídas, sob pena de entregar ao seu torcedor um final de ano pesado.