O Inter vai mesmo mergulhar na aventura de contratar Alexandre Pato. Parece inebriado pela perspectiva de recuperar um jogador que sinaliza estar com os pés no campo e a cabeça longe do futebol.
Tomara, mesmo, que Pato, a poucos dias de completar 31 anos, descubra em algum recôndito do seu coração uma motivação para se tornar, pelo menos, perto daquilo que eu você e o mundo pensamos que ele seria.
Talvez essa seja a grande armadilha para contratar Pato. Todos esperaram que, em algum momento, o misto de Ronaldo Fenômeno e Romário que ele carregava dentro dele despertasse e desandasse a fazer gols. Só que esse craque se apagou com as luzes e o glamour de Milão, a capital da moda e o centro charmoso da Itália.
Corinthians, São Paulo e Villarreal embarcaram nessa esperança. Só o São Paulo conseguiu algo de relativo sucesso. Foi na primeira passagem, em 2015. Pato viveu seu melhor momento, parecia feliz, o coração estava preenchido pelo amor de uma linda mulher.
Ele havia sido trocado por Jadson, e talvez isso o tenha servido de um choque. O novo Ronaldo havia chegado ao Morumbi negociado por um jogador que, vamos lá, era de boa qualidade. Nada mais. Só que, quatro anos depois, o São Paulo acabou traído pela mesma esperança de resgatar Pato e trazê-lo do seu mundo para o do futebol.
É essa esperança que move o Inter agora. Quem sabe o Beira-Rio sirva de ponte para trazer a promessa de 2006 direto para o presente, na forma do atacante goleador que todos projetávamos como o centroavante do Brasil em quatro Copas do Mundo.