Está aí um bom exemplo do que exigirá da CBF o começo do Brasileirão, sonhado para os dias 8 e 9 de agosto. A La Liga, a associação que reúne 42 clubes da primeira e segunda divisões da Espanha, mobilizou 40 funcionários e criou uma espécie de agência dentro de sua estrutura na quarentena para viabilizar mais de 200 viagens necessárias para finalizar as duas competições.
Alguns deslocamentos são simples, como os poucos quilômetros feitos pelo Betis para enfrentar o Sevilla, no clássico da Andaluzia. Porém, nesse pacote, há viagens de padrão brasileiro, como os mil quilômetros feitos pelo Celta para enfrentar o Mallorca. Claro que facilitam as distâncias mais curtas em boa parte dos trajetos e a oferta de trens.
Porém, os protocolos de saúde exigiam mais de um veículo nas viagens de ônibus, vagões exclusivos nas viagens de trens e aviões fretados. Sempre com o retorno no mesmo dia do jogo. Como o futebol espanhol tem o horário das 22h para o futebol, nesses casos foi preciso negociar abertura de aeroporto na madrugada para embarcar delegação.
Hotéis
Outra medida adotada pela La Liga em sua agência de viagens emergencial foi a restrição de hospedagem em um leque de 36 hotéis. Desses, apenas 17 estavam em funcionamento quando o plano foi elaborado. Há casos de hotéis que, pela crise econômica, terão os times como únicos hóspedes. Gigantes como Barcelona e Real Madrid abriram mão de se hospedar em hoteis das redes com as quais têm contrato e escolheram um da lista da La Liga.
O pouco movimento em boa parte dos hotéis ajuda os jogadores a cumprirem protocolos e saúde. O isolamento é total. As reuniões nas concentrações – necessárias apenas em jogos como visitantes – acontecem somente na hora das refeições e na palestra do técnico. Encontros em áreas de convivência estão proibidos pela La Liga.
Como a CBF projeta até mesmo que alguns clubes tenham de jogar fora de sua base para que o Brasileirão comece nos dais 8 e 9 de agosto, o modelo espanhol merece ser olhado com atenção.