O Grêmio encontrou a sua solução para avançar nos treinos. Instalar-se em Criciúma para uma intertemporada de uma semana significa evoluir na preparação para os trabalhos com bola, aumentar a espessura da bolha sobre os jogadores e, mais do que isso, monitorá-los de forma ainda mais efetiva, já que estarão submetidos a uma rotina de treinos e confinamento no hotel. Esses são os pontos positivos da decisão. O Grêmio foi em busca de solução e pensou fora do trivial. É elogiável.
Só que a decisão de se instalar em Criciúma deixa algumas observações que devem ser feitas. A primeira é que será por um período curto. A previsão é de que a viagem ocorra até o começo da próxima semana. Há o risco de voltar de Santa Catarina e ainda encontrar em Porto Alegre restrições para treinos coletivos. Foi assim lá atrás, quando a Dupla voltou às atividades com trabalhos físicos.
Imaginavam que logo poderiam dar o passo adiante e iniciar atividades com o grupo inteiro. Só que ingressou na nona semana e segue nesse estágio. Mais, não há qualquer previsão de retomada do futebol por aqui. O Gauchão, a tendência, é de que fique para agosto. E o Brasileirão, que tem estimativa de início para 8 de agosto, pode ser jogado um pouco mais para a frente.
Há ainda uma outra questão nessa decisão que merece discussão. O Grêmio transitou em faixa própria. Até agora, vinha agindo sempre em conjunto com o Inter, tanto em troca de informações quanto em posicionamento diante das autoridades.
É um direito do Grêmio agir de forma isolada. Sem contar o aspecto técnico. Haverá uma vantagem em relação aos demais clubes do Gauchão. Mas, nesse ponto, em um contexto em que a união de clubes é utopia, a atitude do Grêmio está longe de ser fora do tom.