O Gre-Nal da Pandemia sofreu com a quarentena, como esperado, como tudo nesses dias. A falta de ritmo pelos mais de quatro meses sem futebol foi nítida, com erros em excesso. Só que o Grêmio errou menos, mostrou mais organização e usou-a para neutralizar as principais virtudes do Inter.
O resultado disso foi a vitória de 1 a 0 em um jogo no qual teve predomínio em dois terços do tempo e controle sobre o adversário. Quem esperava um Inter avassalador, com volume e investidas a todo o momento sobre a defesa gremista no jogo, acabou frustrado. Houve apenas um lampejo inicial, com jogada pelo flanco de D'Alessandro e Marcos Guilherme, na qual Edenilson não conseguiu chegar para marcar o gol. Depois disso, o Grêmio se postou da intermediária de ataque para trás, fechou os lados do campo e isolou D'Alessandro, Edenilson e Boschilia. Deu a bola para o Inter sair da defesa e esperou.
O cenário escancarou os motivos pelos quais Bruno Fuchs roubou a posição de Moledo. Com dificuldades na saída de bola e com suas peças de criação marcadas, o Inter saía com a bola e entregava para o Grêmio, que partia para o ataque em velocidade e com articulação. Esteve perto do gol duas vezes no primeiro tempo, com Diego Souza e no pênalti perdido por Everton. Em ambas, Lomba brilhou.
A organização do Grêmio prevaleceu e acabou acrescida de alguns ganhos técnicos. Guilherme Guedes foi uma grata notícia na lateral-esquerda. Esteve atento na marcação e mostrou virtudes ofensivas.
No segundo tempo, com a entrada de Darlan no lugar no Maicon, ganhou a força de mais um jogador à frente. Foi Darlan quem esteve na origem do lance do gol, ao sofrer a falta cobrada por Jean Pyerre. O desvio em Moisés, é claro, deu ares de casualidade ao gol. Mas acabou justificando uma noite em que o Grêmio mereceu bem mais a vitória.