Nas próximas semanas, o Inter, finalmente, dará um destino para o Gigantinho. Desde a remodelação do Beira-Rio, em 2014, discutiu-se o destino do ginásio, em um debate no qual chegou-se a cogitar até de sua implosão. Porém, o clube buscou um modelo de negócio parecido ao feito com a Brio nas novas áreas do estádio e projeta fechar o ano já com um parceiro na administração do espaço de 7,2 metros quadrados, numa parceria que se estenderá até 2040.
O Inter transformará, assim, despesa em receita. Hoje, pelos cálculos do vice de patrimônio, Marcelo Poloni, o Gigantinho consome R$ 300 mil anuais. Nessa conta entram os custos com impostos, energia elétrica, manutenção e o PPCI, renovado antes da quarentena.
Com o plano de repassar a gestão do ginásio para um parceiro, o Inter passou a fazer nos últimos anos uma manutenção mais corretiva do que preventiva. A falta de uso mais constante faz com que seguidas intervenções sejam feitas.
Hoje, a Fundação de Educação e Cultura do Inter (Feci) é a principal inquilina do Gigantinho. Ali, além de suas instalações, tem sua biblioteca, com mais de 80 mil títulos. O clube já definiu que, ao entregar o local para um parceiro, instalará a Feci junto ao espaço destinado à Universidade Colorada, no Beira-Rio.
O ginásio abriga ainda em suas salas a Escola Rubra, o Genoma Colorado, um espaço para as torcidas organizadas, um depósito do clube e, até pouco tempo, oferecia espaço para futebol de botão. Equipes de stewards costumam usar a quadra de parquet como espaço para preparar suas operações em dias de jogos.
Neste momento, o processo de escolha do novo gestor do Gigantinho está em sua última etapa. Três interessadas atenderam ao edital publicado pelo clube em 2019 e apresentaram suas propostas. Duas delas são gaúchas, os pools Opus/DC7 e Promed Serviços de Saúde/Inply. O terceiro candidato é o grupo português ConflyBras.
Depois de analisar as propostas encaminhadas pelo vice-presidente de Negócios Estratégicos, João Pedro Lamana Paiva, as comissões Comissões de Novos Negócios e de Patrimônio do Conselho recomendaram oito tópicos a serem atendidos pelas interessadas. Entre elas, melhora nos aspectos financeiros da proposta, com pagamento de luvas e ganhos anuais maiores nos rendimentos obtidos pela parceira com a exploração do espaço. O que fará com que o ginásio, hoje deficitário, gere receitas mensais. O clube pretende também ter algumas datas anuais no espaço remodelado.
O novo gestor também deve manter o perfil de multiuso do Gigantinho. Entre as três candidatas, todas atendem a esse requisito. Porém, o projeto da Promed se diferencia por planejar um centro de medicina esportiva no espaço externo do ginásio. Outra exigência do Inter é de que a arquitetura na reforma siga as linhas do estádio. Hoje, com o aspecto atual do Gigantinho, é como se os anos 1980 e 1990 fossem vizinhos do Inter do século 21. O que também incomoda não só a torcida, mas também a direção.