Seria um senhor meio-campo, vamos combinar. Dunga desarmando e iniciando as jogadas, Tinga correndo por todos os lados e ainda fazendo gols e D'Alessandro encontrando espaços inimagináveis ou aplicando o seu La Boba.
Só que isso tudo é o menos brilhante que eles fazem. Vou contar agora o porquê. Na tarde de terça-feira, a convite de Dunga, Tinga e D'Ale foram participar de uma ação no Sacolão da Chácara, na Restinga, que acabou em doação de 12 toneladas de hortifrutigranjeiros feitas por donos de bancas da Ceasa para entidades assistenciais.
A jogada funcionou assim. Dunga desafiou o dono do sacolão: se aparecesse lá com D'Alessandro e Tinga, ele teria de buscar doação com fornecedores na Ceasa, no minimo,10 toneladas de alimentos. A aposta foi aceita. Na verdade, uma brincadeira do bem. Chico, o dono do Sacolão, é amigo e parceiro de Dunga. É a terceira vez que ele e Capitão do Tetra mobilizam os permissionários.
Na primeira, arrecadaram 1,3 tonelada, na segunda, 4,3 toneladas e, agora, 12 toneladas. Com os contatos do Chico, a força de mobilização que Dunga tem e as veias solidárias de Tinga e D'Alessandro, a tabelinha saiu fácil. Dunga é engajado em diversas ações sociais, principalmente na zona sul da Capital.
Tinga comprou um ônibus para fazer dele restaurante social. Começou com 100 refeições diárias gratuitas. O número cresce a cada dia e, na terça-feira, foram 218 almoços distribuídos na Restinga. D'Ale é outro que não se furta de entrar em cena para ajudar.
Trata-se de um argentino que, em meio às férias, organiza um jogo beneficente para destinar a renda à famílias carentes brasileiras. Nesta terça, eles, mais uma vez, ganharam o jogo. Com máscaras cirúrgicas, interromperam a quarentena para ajudar o próximo. Que sirvam de exemplo.