O Inter empatou em 0 a 0 com a Universidad de Chile e trouxe a decisão para o Beira-Rio em um jogo que a Conmebol passou para o mundo como dentro da normalidade. Do que ficou muito longe. Ainda bem que o bom e velho jornalismo estava lá para contar a história que transcorreu fora do enquadramento das câmeras da transmissão oficial.
A partir dos 40 minutos do segundo tempo, as manifestações que pipocaram do lado de fora do Estádio Nacional ganharam as arquibancadas. Foram 12 minutos de tensão até o apito final. Começou com cadeiras atiradas no gramado, no único momento em que as confusões fora da câmera ganharam espaço, graças à reclamação de Marcelo Lomba. A partir daí, houve invasão na pista atlética por um torcedor e arremesso de objetos e fogo na arquibancada, com labaredas que passaram dos três metros.
Mesmo que as imagens mostrassem uma nuvem de fumaça, o árbitro argentino Facundo Tello conduziu o jogo como se nada estivesse acontecendo. Inclusive, com os seis minutos de acréscimo sendo seguidos, para angústia de quem ouvia os relatos do Pedro Ernesto e do Rodrigo Oliveira, os enviados especiais de GaúchaZH.
Podemos dizer que foi uma derrota para o futebol. É um atentado tentar dissociá-lo da realidade que o cerca. Se não havia clima, se não havia segurança, a Conmebol, por respeito ao jogo que organiza, deveria paralisá-lo. Foi triste ver a realidade ser maquiada de forma tão descarada.