O empate em 0 a 0 entre Inter e Universidad de Chile, na tarde desta terça-feira (4), pela segunda fase preliminar da Libertadores, foi marcado por vandalismo nas arquibancadas do Estádio Nacional de Santiago. Nos 10 minutos finais, torcedores da La U invadiram a pista atlética do campo, arremessaram cadeiras e latas de lixo contra policiais, e colocaram fogo no canto inferior do espaço reservado para a organizada "Los de abajo". Após o apito final, houve conflito entre carabineros e torcedores.
A transmissão da televisão, comandada pela própria Conmebol, não mostrou em nenhum momento os incidentes, nem as faixas estendidas em protesto contra o presidente Sebástian Piñera, ainda no primeiro tempo. O juiz chegou a parar a partida, mas a retomou logo depois de um minuto.
Bombeiros que tentaram conter as chamas também foram recebidos com objetos arremessados. A polícia teve de intervir protegendo os profissionais que combatiam o incêndio na arquibancada chilena.
Os protestos são desdobramentos da situação política e acontecem desde outubro de 2019. Manifestações populares contra o preço do transporte público resultaram em mortes de civis, centenas de feridos e detidos pelas forças policiais do Chile.
Ao final de janeiro, um torcedor do Colo-Colo foi morto atropelado por um veículo dos carabineros, fazendo renascer a onda de protestos que dura até o presente momento e acontece dentro de estádios. Setores de torcidas de vários clubes pedem a suspensão dos torneios.