A coluna resgatou um pouco do caminho que levou até a foto acima, tirada na noite calorenta de Singapura (manhã do Brasil) na quinta-feira (10), no amistoso da Seleção Brasileira diante de Senegal. Aos 22 minutos do segundo tempo, Tite se irritou com o jogo para os lados de Arthur e chamou Matheus Henrique. Uma substituição que aconteceu no Grêmio entre a metade 2018 e o começo de 2019. A seguir, veja por que essa substituição é mais do que uma troca de volantes:
O técnico que comandou os dois
Luiz Gabardo Júnior, 36 anos, comandou nos juvenis um time que tinha Arthur como dono meio-campo e Matheus Henrique como um esforçado lateral-direito reserva. O tempo passou, Arthur subiu, Matheus voltou para o São Caetano e, quando regressou à Arena, o ex-companheiro já era o espelho a ser mirado no time principal. Por telefone, Gabardo, que comandou o São Caetano na Série D e agora negocia com um novo clube, conversou com a coluna.
Você chegou a ter Matheus Henrique e Arthur, de forma simultânea, no Grêmio?
Sim, treinei os dois. Peguei o Matheus nesta fase atual e também na primeira passagem dele, nos juvenis, com 16 anos. Era lateral-direito, reserva do Raul. Ele e o Arthur treinaram juntos nesta época do juvenil. O Arthur era um dos expoentes do time sub-17 e o Matheus era mais novo, um ano. Estava subindo.
Surpreendeu o Matheus seguir o mesmo caminho do Arthur?
Foi uma grata surpresa ele vir para trás, atuar como volante. Quem o colocou nessa posição foi o César Bueno, que estava no sub-20. A característica é diferente. O Arthur sempre foi segundo volante, mais de posse de bola, de cadenciar, de construção. O Matheus, como era meia, tem uma transição e chegada ao ataque melhores. Faz o que chamamos de vai e vem no campo. Chega mais dentro da área, é mais dinâmico. O Arthur controla, circula, tem a posse. Até jogou na meia, improvisado. O Matheus é mais agudo.
Qual dos dois teve trajetória que mais impressionou você?
Foi, para todos nós, no clube, uma grande surpresa a ascensão do Matheus. Veio como meia e estava fazendo alguns jogos bons, mas nada acima da média. Quando passou a atuar como volante, deslanchou, começou a tomar conta dos jogos e dos treinos, a ir muito bem. Depois passou ainda pelo time de transição, o que foi muito bom para ele, e se afirmou. Não tinha jogado de volante até então e conseguiu tomar conta da posição. O Arthur a gente via desde pequeno e previa que chegaria a um grande nível.