A linha de montagem de jogadores talentosos do Grêmio prepara mais um guri. Patrick, 20 anos, está em fase final de lapidação e será uma das apostas do clube para a próxima temporada. Renato já o utilizou nove vezes neste ano desde que reintegrou-o ao grupo principal, em maio.
Aliás, a volta dele passou por um período de castigo. Patrick foi o primeiro guri lançado por Renato. Em 2017, com o time envolvido na Libertadores, deu sequência ao meia no time alternativo. Tanto é que ele participou de 13 jogos do Brasileirão naquele ano. Na época, chegou a ter seu nome cogitado pelo presidente Romildo Bolzan Júnior para ser inscrito na semifinal da Libertadores.
Só que o sucesso baratinou Patrick. No ano passado, ele fez apenas um jogo no Gauchão. Ou seja, nem mesmo no time de transição teve espaço. Esteve perto de ser emprestado ao Sport, mas o negócio não prosperou. Em agosto, acabou cedido ao Criciúma, para a Série B.
Neste ano, Patrick foi rebaixado ao time de transição. Percebeu a perda de espaço, colocou a cabeça no lugar e se entregou ao trabalho. Tanto que foi destaque de uma excursão do time à Europa.
- Na volta, Renato o chamou para uma conversa séria. Lembrou-o do castigo que havia sofrido e alertou-o do nível elevado de exigência para seguir no grupo principal.
— Teve muito puxão de orelha, muito dinheiro na caixinha, muita chicotada. Faz m*, volta lá para a baixo (base). (Patrick) ficou lá quase um ano. Disse para ele: "Você tem qualidade, então quando você melhorar a cabeça, quiser jogar futebol, te trago aqui para cima." Ele melhorou, trouxe-o e tem nos ajudado. Está com outra cabeça. O problema desses garotos é o extracampo – disse Renato em entrevista exclusiva a GaúchaZH concedida na quinta-feira (19), na Arena. - Com a cabeça no lugar, Patrick recuperou espaço e ganhou duas boas notícias: teve o contrato renovado até 2022 e foi inscrito na Libertadores. Além disso, tem sido usado no segundo tempo das partidas do Grêmio, como alternativa para criar espaços em defesas mais fechadas. Mesmo que originalmente ele seja um meia central, a ideia do técnico é lançá-lo pelo lado direito, aproveitando sua perna esquerda para driblar e abrir espaço visando ao chute. Não estranhe se, em seguida, ele seguir os passos de Jean Pyerre, outro da sua turma que hoje brilha no time principal.