Tetê completa nesta quarta-feira (28) seis meses de Ucrânia. Parece que foi ontem que o guri de Alvorada saiu para conquistar Kiev, onde o Shakhtar Donetsk se instalou depois de ter seu estádio atingido por bombas, e sua cidade invadida por separatistas pró-Rússia no conflito de 2014. O atacante driblador criado no Grêmio tem motivos para sorrir. Sua chegada foi justamente quando o inverno estava na reta final. Ele até se apavorou, aliás, com os brasileiros e companheiros de time de "camisetinha" em dias com -4ºC, -5ºC.
— Eu estava todo encasacado, e os caras de roupa leve, de moletom e camisetinha. Agora em janeiro, quando voltar do recesso, é que vou saber o que é inverno — sorri, em conversa por telefone na tarde desta terça-feira (27), enquanto assistia a uma partida de futsal entre amigos, no ginásio do seu condomínio.
Em campo, tudo fluiu bem. Tetê encontrou um grupo com 11 jogadores brasileiros e um técnico português. Fez 10 jogos e quatro gols, dois deles na conquista da Taça da Ucrânia. Saiu de férias ainda com o título nacional. Nesta temporada, fez três jogos e, no fim de semana, marcou dois gols no 5 a 1 no Mariupol.
— A vida aqui está muito boa. Gostei da cidade, é grande, tem bastante alternativas. O condomínio em que moro é novo, moderno. Todos os brasileiros do time moram aqui. É bem legal — conta Tetê, ainda econômico nas entrevistas.
O bom começo no Shakhtar anima e faz criar esperanças de ser lembrado na seleção olímpica. Além dos 19 anos, tem histórico nas seleções de base e ganhará a vitrina da Liga dos Campeões. O sorteio dos grupos está marcado para quinta-feira (29), e ninguém o tirará da frente da TV. No mais, a vida anda no ritmo do Brasil. Ainda mais que ele ouve o português até nos cultos da igreja evangélica que frequenta.
— O pastor fala em ucraniano e um outro, português, traduz para a gente ouvir nos fones — explica o Furacão de Alvorada, que começa a varrer a Ucrânia.