Os números de 2017 apresentados pelo Inter refletem o esfacelamento pelo qual passou o clube nas temporadas 2015/2016. As denúncias trazidas pelo GDI da RBS dão conta de R$ 9.9 milhões de adiantamentos para obras que as auditorias não encontraram. As investigações do Ministério Público colocaram sua lupa nesses gastos e a espicham também para os gastos do departamento de futebol. Ou seja, o rombo é bem maior do que esses R$ 9,9 milhões.
É bem possível que a cifra não seja suficiente para cobrir o déficit histórico de R$ 62,5 milhões em 2017. Mas é inegável sua repercussão direta na vida do Inter. Porque, quando um clube grande cai, podem ficar certos de que não é apenas por erros no campo. Os efeitos práticos da Série B apareceram em forma de números no balanço. Ou seja, o prejuízo não ficou apenas no constrangimento de ir para a Segunda Divisão.
No demonstrativo divulgado na segunda-feira, no limite do prazo previsto, de 30 de abril, percebe-se bem o estrago de uma Série B na vida de um grande clube. O Inter arrecadou R$ 6 milhões a menos com sócios (R$ 61,7 milhões em 2016, R$ 55,7 milhões em 2017) e R$ 2,1 milhões em publicidade (R$ 5,4 milhões em 2016, R$ 3,3 milhões em 2017). A diferença de arrecadação, entre 2016 e 2017, soma R$ 8,1 milhões.
Tudo isso sem contar a dificuldade para negociar jogadores, recurso que ajuda a equilibrar as contas. A única venda foi a de William, para o Wolfsburg, R$ 16,8 milhões. Tão pouco que o clube comemorou os ganhos com mecanismo de solidariedade. Só a ida de Oscar para a China garantiu o ingresso de R$ 2.03 milhões no caixa. Neste ano, o clube acompanha com atenção as notícias na Europa sobre transferências de Alisson e Fred.