O segredo do Grêmio não é um segredo. É a fórmula mais lógica do futebol, mas que parece ser desafiada pela maioria dos grandes clubes brasileiros. A partir da Era Romildo na Arena, iniciada no final de 2014, a aposta para retomar os dias de glória foi na continuidade. O resultado, como se vê, não tardou, com um título de expressão por ano.
A aposta na continuidade está explícita no time. Dos 11 jogadores que entraram em campo no clássico de domingo, só três tinham menos do que três temporadas no clube: Léo Moura, Cortez e Jael, que chegaram no ano passado. Os outros oito já contam com alta rodagem no clube. E isso faz toda a diferença em futebol. Só o tempo acimenta um time, faz com que se criem lideranças no vestiário e concede espaço para que promessas se afirmem.
Geromel, por exemplo, está em sua quinta temporada na Arena. Tempo suficiente para que se tornasse conhecido do torcedor, buscasse um lugar no time, se firmasse, crescesse como liderança técnica e moral e virasse o ícone que se tornou. Ramiro está no grupo desde 2013. E o que dizer de Grohe, em sua 13ª temporada?
Os guris são outro exemplo. Luan subiu como um foguete na Libertadores 2014, mas caiu de rendimento e chegou a ser hotilizado pela torcida, com pipocas atiradas em carro na porta do CT. Teve tempo para amadurecer, retomar o caminho e confirmar seu talento. Everton subiu no mesmo ano. Mas teve tempo. Em sua quinta temporada no grupo principal, finalmente se firma de vez. Um detalhe: nesta quinta-feira, completa apenas 22 anos. O que dá dimensão do lastro que ainda tem de crescimento. Arthur foi guindado por Felipão em 2015 e só estourou de fato em 2017.
A manutenção não se restringe aos titulares. Há longevos no banco ou de fora como Bressan, desde 2013, e Marcelo Oliveira e Douglas, dsde 2015 na Arena.
Essa manutenção de grupo é que dá ao Grêmio confiança, maturidade e absorção do modelo de jogo adotado pelo técnico. É nítido em campo que os jogadores dominam os movimentos e a mecânica da equipe. E isso é uma vantagem e tanto. Ainda mais em um cenário no qual os rivais insistem em trocar de time e de ideia de futebol a cada resultado negativo.
Os jogadores e o tempo de casa
Marcelo Grohe - Desde 2006
Léo Moura - 2017
Geromel - 2014
Kannemann - 2016
Cortez - 2017
Maicon - 2015
Arthur - 2015
Jailson - 2016
Ramiro - 2013
Luan - 2014
Everton - 2014
Jael - 2017
Douglas - 2015
Marcelo Oliveira - 2015
Bressan - 2013