Na contramão de muitos, confesso meu gosto em acompanhar a propaganda eleitoral no rádio e na TV. A veiculação começa na sexta-feira (30). Mesmo com o domínio das redes sociais, os partidos ainda brigam por cada segundo extra de exposição. Não se pode negar o poder que os veículos tradicionais ainda têm na transmissão de informações.
Embora as propagandas não estejam no ar, a campanha eleitoral já está em andamento. Os primeiros debates não esquentaram a disputa e as redes sociais estão repletas de candidatos anunciando suas façanhas e promessas. Por enquanto, a campanha parece morna. Nas ruas, a divulgação é tímida, quase uma sombra do fervor de outros tempos.
Faço questão de acompanhar o que os candidatos exibem — ou pelo menos tentam — em seus espaços na propaganda, mas admito que nem sempre é uma tarefa fácil. Assistir às inserções dos postulantes a vereadores, por exemplo, é um exercício entre o riso involuntário, a irritação e o desânimo. Digo que presto atenção nessas veiculações para elaborar uma avaliação crítica. Existem aqueles que não possuem a menor habilidade para falar em frente à câmera, os que prometem de tudo, até o impossível, e os que não falam coisa com coisa. Felizmente, há também alguns que parecem coerentes e merecem nossa atenção.
Lembrei-me de uma história que compartilho brevemente. Durante as eleições de 2016, na ânsia por entender melhor as propostas dos candidatos a prefeito, decidi investigar os planos de governo divulgados em diferentes estados. Para minha surpresa, encontrei um escancarado "copia e cola". Propostas genéricas, que poderiam se aplicar a qualquer cidade, surgiam idênticas em diversas campanhas espalhadas pelo país. Ou seja, planos tratados apenas como uma formalidade. Um verdadeiro deboche.
A vida do eleitor não é fácil. As campanhas nas ruas pouco dizem. Os programas eleitorais deixam a desejar. E nos debates, o cronômetro implacável sufoca as ideias antes de nascerem. E agora? Qual é a solução? Acredito que estão nas entrevistas. Preste muita atenção nas entrevistas com os candidatos. Esses momentos são as melhores oportunidades para entender suas propostas e promessas.