Foi durante a corrida do último domingo (18) que comecei a estruturar este texto. Sim, correndo os 8 quilômetros de uma prova na Orla do Guaíba. Costuma ser assim. Ideias surgem em meio à fadiga das passadas aceleradas. Recentemente, o colega Diori Vasconcelos, maratonista, refletiu sobre isso em sua rede social: a facilidade com que resolvemos problemas enquanto corremos. E é verdade.
A ligação de Porto Alegre com as corridas de rua nunca foi tão forte. Quem sabe aqui esteja nascendo uma vocação para nossa cidade, que tantas vezes parece à procura de uma identidade. Por que não buscar ser a capital nacional da corrida de rua? É impressionante o número crescente de corredores. Você, por exemplo, ou corre, ou conhece alguém que corre com frequência, não é mesmo?
Dispomos de bons lugares, percursos planos e trajetos incríveis. Sob a ótica econômica, pode ser um grande negócio, tanto no âmbito individual, movimentando setores específicos, como o de profissionais especializados, quanto no contexto mais amplo do turismo urbano. E, claro, há os benefícios para a saúde. Uma população que corre é, sem dúvida, mais saudável.
Segundo minhas contas, teremos 35 provas em 2024 na capital gaúcha: duas maratonas, várias meias-maratonas, mas a maioria com percursos entre 3 km e 10 km. São provas democráticas, que misturam iniciantes e experientes, jovens e idosos. Um dos grandes responsáveis por essa movimentação é Cláudio Soirefmann. Se eu pudesse indicar alguém para receber o título de cidadão Emérito de Porto Alegre, ele certamente estaria na lista. Desde 2008, ele já organizou cerca de 100 provas na capital, envolvendo aproximadamente 300 mil pessoas. É impossível calcular quantas vidas foram transformadas e o quanto esses eventos aproximaram Porto Alegre do universo das corridas.
Cada uma dessas provas é muito mais que uma simples corrida. É um grande evento esportivo, com distribuição de medalhas a todos que cruzam a linha de chegada, em uma grande celebração à vida. Talvez você tenha sua própria história de superação ligada à corrida. A minha já faz mais de cinco anos e me concedeu uma vida muito melhor, mais saudável e menos estressante. Não se trata de uma jornada fácil; exige muita disciplina, mas eu garanto: vale a pena.