
Em tempos de e-Título, é curioso ver os velhos documentos de eleitores do Brasil. O primeiro Título de Eleitor surgiu em 1881, no final do regime monárquico. O decreto ficou conhecido como Lei Saraiva, em homenagem ao presidente do Conselho de Ministros, José Antônio Saraiva, que articulou a aprovação da reforma eleitoral no parlamento. O voto ainda era privilégio de poucos, homens alfabetizados e que precisavam comprovar níveis de renda.
Entre 1889 e 1932, ano do primeiro código eleitoral do período republicano, foram três modelos de Título de Eleitor, estabelecidos em 1890, 1904 e 1916. O leitor Cláudio Batista de Souza enviou ao Almanaque Gaúcho cópias do documento do bisavô, João Baptista da Silva, major da Guarda Nacional, nascido em 1858, filho de uma escrava.
A Carteira de Identidade e o Título de Eleitor, colocados na Carteira do Eleitor, foram confeccionados em Porto Alegre, em 1917. Os papéis trazem fotos, assinatura, digitais e até dados sobre características físicas.

O Brasil teve outros cinco modelos da década de 1930 até a implantação do atual, criado em 1986. O documento, pequeno e na cor verde, voltou a ser confeccionado sem a fotografia. O e-Título é o último avanço na identificação dos eleitores.