Como nas comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, Dom Pedro I também foi ponto alto das festividades na celebração dos 150 anos. Em 2022, o coração do imperador foi trazido da cidade do Porto e ficará em exposição em Brasília até 8 de setembro, quando retornará a Portugal. Na festa de 50 anos atrás, em 1972, os portugueses presentearam os brasileiros com os restos mortais do monarca. Os despojos passaram por Porto Alegre e outras capitais antes de chegarem a São Paulo.
Dom Pedro I estava sepultado no Panteão da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. Depois de algumas tentativas, o governo português aceitou a transferência dos restos mortais apenas no Sesquicentenário da Independência. Somente o coração ficou preservado na Igreja Nossa Senhora da Lapa, no Porto, atendendo a um pedido do monarca.
Em 22 de abril de 1972, a urna feita de jacarandá chegou ao Rio de Janeiro. Depois de três dias em exposição na Quinta da Boa Vista, sua antiga moradia, os restos mortais começaram a percorrer o Brasil. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissou em Porto Alegre em 25 de abril, onde era aguardado com honrarias. Crianças de várias escolas esperavam o cortejo nas ruas, previamente anunciadas. Em cima de um carro blindado do Exército, a urna imperial foi transportada pela Avenida Farrapos até o Centro. Uma multidão se aglomerou nas calçadas.
No Viaduto Loureiro da Silva, ao lado da Santa Casa, o caixão foi transferido para uma carruagem, seguindo até a Praça da Matriz, em um trajeto percorrido por Dom Pedro I quando visitou Porto Alegre em 1826.
No Palácio Piratini, a urna ficou em exposição por três dias. Em 7 de setembro de 1972, depois de percorrer o Brasil, os restos mortais chegaram à Cripta Imperial, no Parque da Independência, em São Paulo. Curiosamente, o espaço era pequeno para a urna. O caixão só seria colocado no local em 1976, depois de ajustes na obra.
Dom Pedro I, o proclamador da Independência, deixou o Brasil em 1831, depois de abdicar em favor do filho Dom Pedro II. Ele morreu com tuberculose em 1834, em Portugal.
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