Mulheres seguem morrendo apenas por serem mulheres. Os números de feminicídios no Rio Grande do Sul seguiram em alta no primeiro semestre do ano, com elevação de 12,2%, se comparado com o mesmo período de 2021, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
A violência contra a mulher é o tema de episódio do podcast "Descomplica, Kelly!". Conversamos com Fayda Belo, especialista em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídio, que explica por que a violência atravessa gerações:
— A mulher sempre foi vista no Brasil como um ser que não era igual ao homem, não era um indivíduo, era um corpo pronto. Assim, nasce a ideia de que, quando há uma vítima de um abuso, um estupro, sempre indagam a roupa que ela estava, com quem ela estava, para ver se acham algum jeito de colocar a culpa nela. O estupro não tem a ver com sexo, tem a ver com violência.
Na conversa, são relembrados recentes casos de repercussão nacional que comprovam a ideia do corpo da mulher como objeto: a menina de 11 anos proibida de abortar, as críticas à atriz Klara Castanho, que foi estuprada e entregou o bebê para adoção, e o estupro cometido por anestesista durante cesariana.