O podcast "Descomplica, Kelly" volta a analisar o conflito entre Rússia e Estados Unidos, desta vez com um ingrediente novo: a visita do presidente Jair Bolsonaro ao presidente russo, Vladimir Putin. O encontro, que já estava programado, ocorrerá em um contexto de escalada da tensão entre as nações, em especial a partir da Ucrânia.
Nas últimas semanas, tropas militares russas foram posicionadas ao redor da Ucrânia aumentando os rumores sobre a possibilidade de invasão.
Para entender mais sobre o tema, convidamos o professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel. Na visão do especialista, é preciso considerar, por óbvio, os efeitos deste encontro para as relações do país com os Estados Unidos, mas não se pode menosprezar o histórico de relações diplomáticas do Brasil com os russos.
- Rússia e Brasil são dois parceiros estratégicos de longa data, desde a independência do Brasil. A Rússia foi um dos primeiros países a reconhecer a independência do Brasil e depois a Proclamação da República. Todos os ex-presidentes do Brasil, desde a redemocratização, visitaram a Rússia, e todos os líderes russos visitaram o Brasil. Isso, na verdade, é uma continuação das boas relações entre os dois países. Assim como o Brasil tem excelentes relações, principalmente comerciais, com os Estados Unidos - pontuou.
- A Rússia é uma das principais compradoras do Brasil na questão das commodities, e além disso temos parcerias no campo de ciência e tecnologia muito importantes, na pesquisa aeroespacial, no desenvolvimento de softwares, de tecnologia da informação. Não se pode menosprezar isso. No campo da agricultura, o Brasil e especificamente o Rio Grande do Sul exporta muito para a Rússia, então não é ao acaso que a visita (de Bolsonaro) está acontecendo - completou.
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