O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reafirmou nesta quinta-feira (10) que o país não corre risco de sofrer racionamento de energia, mas ressaltou que o governo monitora os impactos da crise energética com muita atenção. Ele participou do programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
De acordo com o ministro, os esforços estão todos no sentido de conscientizar a população sobre a crise hídrica, que afetou reservatórios em especial nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Estes reservatórios, segundo ele, são responsáveis por gerar aproximadamente 70% da energia elétrica do país.
À Rádio Gaúcha, Bento Albuquerque explicou que o país possui diferentes fonte de geração de energia. No caso atual, como uma dessas fontes (hidrelétrica) restou prejudicada por causa da ausência de chuva, o governo precisou optar por outros modelos (eólica, termelétrica) e isso acaba encarecendo a conta para o consumidor final.
— O que eu poderia dizer para o consumidor é que nós trabalhamos para que ele tenha energia necessária e essencial para suas atividades socioeconômicas, como também que essa energia tenha o menor custo possível. A nossa matriz de eletricidade é formada por diversas fontes, que são fontes complementares. Ou seja, uma complementa a outra. Quando falta uma, ela é compensada por outra. Quando tem problema nas hidrelétricas, é compensada por termelétrica, por exemplo. E isso nós monitoramos permanentemente — detalhou.
Para o ministro, é preciso conscientização por parte da sociedade quanto à alta do custo da energia.
— A sociedade brasileira como um todo tem que se conscientizar que o custo da energia aumentou. Como eu disse, a nossa matriz elétrica é composta de diversas fontes de energia. Algumas são mais caras e outras mais baratas. O custo ficou mais caro porque teremos que usar mais geração termelétrica — completou.
No final de abril, a Agência Nacional de Energia Elétrica informou que em maio a conta de luz teria aplicada a bandeira vermelha 1. Isso significa a cobrança de uma taxa adicional mais alta, de R$ 4,169 para cada 100 kWh. Em junho, a situação ficou ainda pior: está sendo aplicada bandeira vermelha patamar 2, que é a mais alta, aumentando para R$ 6,24 a cobrança.
Questionado, o ministro disse que "não se pode prever" até quando a conta de luz para o consumidor continuará com bandeira vermelha.
Ele reconheceu a necessidade de atenção também para a retomada da produção industrial no segundo semestre, ainda em ritmo mais lento em função da pandemia. Mas reafirmou não trabalhar com um cenário de racionamento.
— Não, não há risco de desabastecimento. A situação exige atenção. Essa atenção nós estamos dando desde o final do ano passado, quando observamos que as chuvas estavam abaixo da média. Desde outubro do ano passado, estamos adotando medidas para garantir a segurança energética do país — assegurou.