O governo do Rio Grande do Sul decidiu extinguir a salvaguarda da bandeira preta regional do modelo de distanciamento controlado em reunião realizada nesta terça-feira (27). A coluna teve acesso, em primeira mão, a conteúdo da reunião que deve nortear o novo decreto a ser publicado nas próximas horas:
"Após análises dos grupos técnico e estudos, concluímos por ajustar a salvaguarda da bandeira preta no Estado. Ela continuará existindo, mas passará a ser acionada apenas quando o indicador de leitos atingir 0,35, depois de um ciclo de piora na disponibilidade, sendo desativada quando se observar um ciclo de pelo menos 14 dias de melhoria de leitos. A salvaguarda da bandeira preta regional será extinta - sendo mantida a da bandeira vermelha. Assim, todo o Estado estará em bandeira vermelha a partir da publicação de um novo decreto".
A salvaguarda da bandeira preta determina que a cor preta deve cobrir o Estado sempre que a proporção entre leitos de UTI livres e leitos ocupados por pacientes de covid-19 for menor do que 0,35. Ou seja: cerca de uma vaga nas UTIs para cada três pacientes em tratamento intensivo para o coronavírus.
Instituída em 25 de fevereiro pelo governo do Estado, a trava que aciona automaticamente a bandeira preta em toda as regiões do Rio Grande do Sul tornou-se alvo de políticos, empresários e pais de alunos, que apontam a revogação do mecanismo como solução para a retomada das aulas presenciais.
O modelo de distanciamento controlado do RS estabeleceu bandeiras de diferentes cores, que considera indicadores para classificar regiões com maior ou menor risco em razão da pandemia.
A reunião de emergência e por videoconferência foi convocada pelo governador Eduardo Leite para esta terça-feira. Foram convidados: o presidente da Assembleia, Gabriel Souza, o presidente da Famurs, Maneco Hassen, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. A organização está sob responsabilidade do secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos.