O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, avaliou nesta terça-feira (22), em manifestação exclusiva à coluna, a retirada dos projetos da reforma tributária que estavam tramitando na Assembleia Legislativa.
Com risco de derrota iminente, o governo preferiu recomeçar a discussão antes que fossem rejeitados em votação pelo parlamento gaúcho.
– Estamos retirando tudo. E vamos começar do zero. Vamos ouvir todos os deputados, de todas as bancadas, e saber dos parlamentares quais são as propostas e ideias para enfrentarmos a crise financeira diante da perspectiva de encerramento das alíquotas majoradas em dezembro. Agora é bola ao centro – avaliou.
Na prática, os deputados votarão um requerimento na tarde desta terça-feira, acatando a ideia de não deliberação (apreciação) dos projetos e promovendo a evolução dos textos para o Palácio Piratini. A costura foi coordenada pelo líder do governo, deputado Frederico Antunes. Por sua experiência no parlamento, caberá a ele também liderar a nova rodada de diálogos, quando o governo pretende ouvir dos deputados quais ideias e sugestões devem ser colocadas em prática para fazer frente à crise nas finanças.
Nos bastidores, o Piratini está especialmente preocupado com a perda de receita que ocorrerá em 2021 a partir do fim das alíquotas majoradas de ICMS, válidas até 31 de dezembro. Cálculos apontam que, com o encerramento do imposto elevado, Estado e municípios abrirão mão de uma receita de R$ 2,8 bilhões de reais. Para efeitos de comparação, o montante representa quase três folhas do funcionalismo do Executivo.