O Ministério da Economia já trabalha na elaboração de um plano para reformular o Bolsa Família. Em entrevista ao Timeline, o secretário de política econômica do Ministério, Adolfo Sachsida, confirmou que a equipe trabalha com um redesenho dos programas de auxílio social que já estão em operação para construir o programa Renda Brasil. Sachsida ainda reforçou que não serão aportados novos recursos e sim o remanejamento de cerca de R$ 20 bilhões que seriam direcionados para o Bolsa Família. Desta forma, o novo programa seria uma forma de manter o auxílio emergencial criado em função da pandemia.
— Temos vários programas ineficientes que precisaram ser analisados. Existem vários recursos que não chegam corretamente aos mais pobres - afirmou o secretário.
O presidente Jair Bolsonaro precisa decidir nas próximas semanas como será a prorrogação do benefício pago a trabalhadores e trabalhadoras que tiveram sua renda comprometida. Nesta quarta-feira (05), o filho do presidente senador Flávio Bolsonaro declarou inclusive que o ministro Paulo Guedes teria que "dar um jeito de arrumar mais um dinheirinho", ao se referir a um modelo de expansão dos gastos diante da gravidade da pandemia de covid-19.
Prorrogação
A discussão sobre novos programas de assistência social ganhou corpo porque o auxílio emergencial, criado inicialmente para ser pago durante três meses, já foi prorrogado por mais dois (em decreto assinado por Bolsonaro em 30 de junho). Ocorre que os dois meses estão chegando ao fim e a pandemia não dá sinais de ir embora.
Alertou o ex-ministro Thomas Traumann - que é também autor de "O Pior Emprego do Mundo", sobre ministros da Fazenda e as adjacentes crises econômicas : "Se o governo interrompesse o auxílio emergencial em agosto, jogaria nas ruas sem renda e sem nenhuma possibilidade de emprego mais de 20 milhões de brasileiros. O Congresso pressionou a estender o auxílio por agosto e setembro e o time de Guedes engoliu. Agora a pressão para chegar até dezembro é do presidente. Quem garante que em dezembro, o presidente não decida por mais 3 meses de auxílio?".