O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, sinalizou nesta sexta-feira (31) que poderá construir um calendário para reabertura de algumas atividades na Capital a partir das próximas semanas. A intenção é que as conversas com entidades possam ocorrer na semana que vem.
Desde que os números sobre ocupação de leitos de UTI por coronavírus se tornaram mais críticos, uma série de locais precisou voltar a fechar as portas, entre eles restaurantes, salões de beleza, academias e shoppings. A prefeitura não deu prazo para que os serviços fossem retomados. Por conta da postura mais rígida, o clássico Gre-Nal válido pelo Campeonato Gaúcho precisou ser levado para Caxias do Sul.
A situação ainda não melhorou consideravelmente, afirmou Marchezan, mas o prefeito segue debruçado sobre números e tabelas a fim de construir estratégias junto às autoridades municipais e profissionais de saúde. Segundo ele, nos últimos 30 dias houve aumento de 150% da ocupação de leitos de UTI na Capital. Nos últimos quatro dias, houve diminuição. Mas tímida: de 3%.
- É uma diminuição pequena, mas que nos dá alguns sinais de que parece, parece uma estabilização. Mas como faz muito pouco tempo e como nosso percentual de ocupação ainda é muito elevado, a gente não pode ter segurança para tomar outras medidas hoje - explicou.
Em conversa realizada durante o programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, o prefeito confessou que há poucos dias houve uma tentativa da prefeitura, junto a entidades, para que um modelo mais próximo de lockdown fosse adotado. A ideia era que o movimento de "apertar os cintos" produzisse reflexos (diminuição dos números) e, assim, pudesse haver retomada de atividades em um período mais curto de tempo.
- Era a ideia que fizéssemos uma parada mais forte (mais perto do chamado "lockdown") para que semana que vem a gente pudesse estar reabrindo alguma atividade, mas não tivemos apoio. Então, nós vamos na semana que vem conversar com as entidades para construir uma possível abertura nas próximas semanas. A situação agora é de busca de união. Porque a contaminação aumentou, mas isso não é de todo ruim. Ter mais pessoas contaminadas com coronavírus - que não venham a falecer, claro - é muito positivo. A gente só não pode deixar essa aceleração crescer a ponto de a demanda de UTIs ser maior do que a nossa capacidade - explicou.
Questionado sobre quais setores poderiam ser contemplados nessa nova "reabertura", Marchezan respondeu:
- O Luciano (Hocsman, presidente da FGF) disse que analisa rodada a rodada. No caso da gente (prefeitura), analisamos dia a dia. Analisamos a demanda por leitos, a ocupação de leitos, as demandas nas nossas Unidades Básicas, a demanda nas emergências. A gente acompanha tudo isso. Para, ao longo dos dias, formar nossas convicções. Então na semana que vem vamos conversar. E reitero: se nós tivéssemos adotado restrições mais fortes nas últimas duas semanas (que não adotamos porque não teve apoio de entidades), e se nós conseguirmos agora, com apoio da dupla Gre-Nal, se tivermos esses resultados, a gente vai na semana que vem começar a dialogar sobre um calendário. Um calendário (de reabertura) que não será breve, mas de visão para os próximos meses - explicou.
Futebol
Nesta sexta-feira (31), após reunião virtual, o prefeito Nelson Marchezan Júnior comunicou à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) sua decisão autorizar os jogos na Capital. Com isso, Arena e Beira-Rio poderão sediar as semifinais do segundo turno do Gauchão. No domingo (2), às 16h, o Inter enfrenta o Esportivo, no Beira-Rio. Grêmio x Novo Hamburgo ainda não tem data marcada.