A coluna acompanha com atenção a movimentação de deputadas e deputados gaúchos que buscam proteger mulheres contra a violência e o machismo, que fazem vítimas diariamente em nosso país. Em tempos de pandemia, infelizmente, o cenário se tornou ainda mais assustador. As denúncias de violência doméstica cresceram. Como parte de uma dura realidade, em que vítima e agressor estão mais perto do que possamos supor, o isolamento social fez crescer os casos de agressão a companheiras e ex-companheiras, a ponto de o Papa Francisco chamar a atenção para o tema, em mensagem dirigida ao mundo todo.
Aqui no Estado, são muitas as mulheres que lutam pela causa. Recentemente, a coluna destacou o movimento feito pela deputada Luciana Genro (PSOL) que oficiou ao Piratini para que a emenda apresentada por ela, no valor de R$ 250 mil, fosse usada para casos em que houvesse a necessidade de abrigar mulheres vítimas. Na chefia da Polícia Civil, a delegada Nadine Anflor também imprimiu esforços e, junto a outras mulheres, lançou um vídeo com cartazes que oferecem ajuda às mulheres vítimas.
Como pontuou a colunista Rosane de Oliveira, o vídeo se espalhou em meio a uma triste constatação: enquanto os outros crimes caíram drasticamente durante o período de distanciamento social, em abril o de feminicídio aumentou 66,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Dez mulheres mortas por questões de gênero em 30 dias.
Daí a necessidade de unirmos esforços no sentido de proteger mulheres e disseminar ideias de respeito, valorização e a promoção de igualdade de direitos. Neste sentido, homens também podem e devem ser aliados. No parlamento gaúcho, dois destaques. O deputado Edegar Pretto, do PT, que representa o movimento da ONU He for She, e o deputado Gaúcho da Geral, que em seu primeiro mandato dá sinais reiterados de compromisso com a defesa dos mais vulneráveis.
À coluna, o deputado Gaúcho da Geral informou sobre o envio de um ofício ao governo do Rio Grande do Sul, solicitando medidas para construção ou aumento de capacidade das Casas de Abrigo que já existem no Estado. Tudo para que possam receber mulheres em situação de vulnerabilidade em função da violência doméstica.
- Os dados divulgados recentemente pelo Executivo são extremamente preocupantes e graves. São quase 70% de aumento no número de feminicídios em abril deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Algo precisa ser feito de forma urgente - explicou.
O deputado também lembra que, por conta da pandemia, as mulheres estão ainda mais dos possíveis agressores, o que torna "emergencial uma ação estatal de fortalecimento na estrutura dessas casas para receber essas mulheres em situação de vulnerabilidade".
Como coordenador do movimento Eles por Elas (He for She) no Rio Grande do Sul, o deputado Edegar Pretto é outro personagem importante na luta. Desde que a pandemia teve início, Edegar vem trabalhando pela aprovação, na Assembleia, de um projeto de lei que autoriza diferentes estabelecimento - como as farmácias, por exemplo - a receberem denúncias de violência doméstica e familiar contra a mulher. O texto já foi apresentado a representantes do governo gaúcho, juízas, delegadas e integrantes de diversas instituições.
O movimento foi visto de forma tão positiva que agora se transformou em uma campanha, chamada "Máscara Roxa", que deverá ser lançada até a próxima semana.
- A maior dificuldade de alguém fazer a denúncia da violência em favor de uma mulher é o medo. Nós vamos ter que criar uma estratégia que dê conta de atender todos os tipos de situações - lembrou Edegar.