A crise deflagrada entre a ala militar e os apoiadores de Olavo de Carvalho, uma espécie de guru do presidente Jair Bolsonaro, dá sinais de estar absolutamente distante de um final feliz. A troca de acusações e declarações desrespeitosas ganhou novos capítulos nesta quarta-feira (8). Desta vez, foi o general Paulo Chagas, que chegou a ser candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSL, quem desferiu ataques ao ideólogo de Bolsonaro. As palavras, mais uma vez, não foram republicanas.
"Dizem que Olavo disse: 'A quem me chama de desocupado não posso nem responder que desocupado é o cu dele, já q não para de cagar o dia inteiro'. O ânus é o órgão excretor, se faz sua função o dia inteiro, não é desocupado. Desocupado é o ânus do Olavo q foi substituído pela boca", disparou o general em sua conta no Twitter nesta manhã.
Paulo Chagas já havia criticado a postura de Olavo de Carvalho em outra oportunidade, dizendo que o filósofo agia como "Rasputin da família Bolsonaro, o guru dos gurus, o sábio dos sábios". Nesta quarta, porém, o tom foi ainda pior.
A artilharia de Olavo de Carvalho contra os militares não poupou nem o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, uma autoridade entre integrantes das Forças Armadas. Gaúcho de Cruz Alta, Villas Bôas é um oficial que enfrenta sérios problemas de saúde, mas segue trabalhando, mesmo em cadeira de rodas e ligado a um respirador que lhe fornece o necessário oxigênio. Olavo de Carvalho disparou contra ele, dizendo que trata-se de um "doente preso a uma cadeira de rodas".
Nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro chegou a tangenciar a crise em comentário postado em seu perfil em uma rede social. O presidente disse esperar que os desentendimentos sejam "página virada por ambas as partes". Falta combinar com eles.