A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) comentou nesta terça-feira (24) a Operação da Polícia Federal, deflagrada hoje, e que teve com alvos principais o presidente nacional de seu partido, Ciro Nogueira (PP-PI), e ainda o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que foi líder da legenda na Câmara. Eles são acusados de obstrução de Justiça e tiveram seus gabinetes alvos de mandados de busca e apreensão.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Ana Amélia disse que as acusações são ‘graves’ e reconheceu que a investigação ‘contamina’ a imagem do Partido Progressista.
- Em primeiro lugar, não é nem um pouco confortável, nem agradável essa situação. Em segundo, nenhum partido hoje no Brasil, lamentavelmente, está livre dessas situações desagradáveis e criminosas. Corrupção é crime. Precisamos que a Justiça, dentro do Estado democrático de direito, faça um julgamento rápido e condene, ou faça aquilo que tem que ser feito - disse.
Sobre o fato de os alvos serem integrantes do PP, Ana Amélia disse que era importante manter o discurso de reprovação sobre condutas corruptas, assim como faz com seus adversários políticos.
- A minha régua moral é a mesma para o adversário e para o correligionário. Não tenho compromisso com o erro. São graves as acusações. Tanto o Ciro Nogueira, quanto o Eduardo da Fonte, precisam dar explicações e se manifestar nesse processo porque, claro, contamina a imagem do PP. O que aconteceu é muito grave e é constrangedor pra nós - disse.
Sobre o episódio recente de embate com a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, no plenário do Senado, Ana Amélia Lemos disse que está sendo uma espécie de ‘bode expiatório’, diante de suas posições críticas ao ex-presidente Lula.
- Falaram que fui insana quando reagi na convenção do meu partido em Porto Alegre, quando destaquei as manifestações em Bagé, em São Borja, Santa Maria e Passo Fundo; e ficou só a imagem do relho (Atirar ovo, levantar o relho, para mostrar onde estão os gaúchos, disse em convenção do partido). Viram só a arvore e não viram a floresta. Quando a senadora Gleisi (Hoffmann) disse que ia ter sangue e morte, ninguém exaltou isso como uma coisa grave - afirmou.
E completou:
- Agora quando a senadora Ana Amélia diz 'parabéns pra Bagé', a todos que fizeram esse manifesto, eles querem me tornar bode expiatório, e dizem que por minha causa houve tiro (contra a Caravana de Lula) em Curitiba. Isso é ver pelo em ovo.