Desde que a pandemia chegou, um novo tipo de turismo anda ganhando espaço nas preferências de quem tenta se manter longe das aglomerações - ou deseja apenas viver momentos de descanso. O turismo de isolamento é exatamente isso: a busca por refúgios particulares e remotos, de preferência no meio do mato, em alguma cabana ou chalé com decoração charmosa (e cozinha bem equipada).
Para atender à demanda, uma infinidade de recantos vem surgindo em diferentes regiões do Estado - da Serra aos vales, passando pelo litoral. São, em sua maioria, empreendimentos individuais, cadastrados no AirBnb (aplicativo de hospedagem), como a Cabana Mirim, na zona rural de Gramado, a Nacarapina, no interior de São Francisco de Paula, e o Josef’s Chalé, nas montanhas de Nova Petrópolis.
Especializada em captar tendências, a jornalista e escritora Fernanda Pandolfi detectou a nova febre e até criou um projeto sobre o tema, chamado “Fuga pras colinas”.
— Reparei, entre amigos e gente que sigo nas redes sociais, que esse comportamento de viagem vinha se repetindo. As pessoas não queriam deixar de pegar a estrada, mas também não se sentiam confortáveis em dividir café da manhã, piscina e áreas de convivência de hotéis — conta Fê, à frente da plataforma de experiências Ida e Volta.
Ao que parece, a alternativa veio para ficar. À frente da Cabanha Sady Agostini, em Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo, a engenheira civil Rafaela Marchi Agostini e o marido, o empresário Luiz Augusto Agostini, até ampliaram os negócios.
— Começamos oferecendo uma casa em estilo celeiro, no final de 2020, e, desde meados de de 2021, criamos o Refúgio do Mirante, todo de vidro, na borda de um perau. Os visitantes adoram — diz Rafaela.