Na última segunda-feira (5), no dia em que deveria receber as propostas de interessados, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) avisou que a concorrência para escolher quem irá realizar projetos e obra de uma nova ponte para ligar o Rio Grande do Sul e o Uruguai foi suspensa. A travessia irá criar uma segunda ligação entre a cidade gaúcha de Jaguarão com a uruguaia Rio Branco em um novo ponto, mais a oeste da atual.
A interrupção atendeu pedido de uma empresa, que apontou erros no edital. A Álya Construtora, novo nome da construtora Queiroz Galvão, identificou que os valores propostos para a obra estavam defasados.
A construção estava orçada em R$ 198,66 milhões, mas estes valores serão revistos. Na tentativa anterior de contratação, em novembro do ano passado, o Dnit oferecia pagar R$ 252,54 milhões. Porém, o valor mais próximo oferecido pelas construtoras chegou a R$ 284,5 milhões. Dessa forma, a licitação foi considerada fracassada. Em 2015, o departamento havia realizado uma disputa que também não teve êxito.
O contrato terá duração de quatro anos, mas a realização dos projetos e das obras precisará ocorrer em três anos e meio.
As cidades gaúcha de Jaguarão e a uruguaia Rio Branco já são ligadas pela ponte Barão de Mauá, inaugurada em 1930 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Porém, a estrutura não dá mais conta do fluxo de veículos e mercadorias.
A nova ponte terá 419 metros e mais 12,7 quilômetros de acessos. Com a construção da segunda travessia, o trânsito pesado da Barão de Mauá poderá ser desviado para ela.
"A construção da Segunda Ponte Internacional sobre o Rio Jaguarão foi proposta com o intuito de aliviar o tráfego sobre a ponte existente, que vem apresentando sinais de insuficiência estrutural e patologias. Essa alternativa se mostrou a mais indicada face à impossibilidade de alargar a ponte existente e/ou reforçá-la para o trem-tipo em vigor sem incorrer em mudanças significativas na sua estética arquitetônica, proibitivas em virtude de seu tombamento", informou a autarquia no edital.
Prometida há 16 anos
A obra já havia sido discutido por Lula durante o seu segundo mandato. Em 2007, ele assinou um acordo com o então presidente uruguaio Tabaré Vasquez. Em janeiro de 2023, a construção voltou a ser tratada, dessa vez, com presidente Luis Lacalle Pou.