O avanço do reparo dos novos trens vai permitir, em breve, uma nova ação que irá proporcionar mais conforto aos usuários e economia para a Trensurb. Das 51 falhas identificadas nos veículos, que custaram R$ 244 milhões, restam ainda dez que precisam ser solucionadas.
Todas elas são cobertas pela garantia e estão sendo solucionadas pelo Consórcio FrotaPoa. Um dos erros é o que ainda hoje não permite que dois trens sejam unidos, oferecendo ao passageiro oito vagões em vez de quatro.
A junção fica alertando que o sistema de freios não está de acordo, apesar de não apresentar problema. A garantia que a Trensurb recebeu é que até o fim do ano essa dificuldade será solucionada. Dessa forma, a empresa projeta que conseguirá usar os novos trens acoplados a partir de janeiro de 2021.
- Estamos no melhor momento de disponibilidade de frota. Dos dez erros, estamos com expectativa muito boa para fazermos a conexão de dois trens - destaca o diretor-presidente da Trensurb, Pedro Bisch Neto.
Os veículos acoplados têm sido usado pela Trensurb como forma de dar mais comodidade aos usuários, e, durante a pandemia, proporciona maior distanciamento entre os passageiros. Porém, apenas os trens antigos, da série 100, é que estão podendo ter oito vagões por viagem.
O principal problema que afetava os 15 trens novos da empresa foi reparado. Em abril de 2016, problemas de infiltração de água nos rolamentos de alguns dos novos trens fizeram que a frota fosse retirada de operação.
Os veículos entraram em operação em setembro de 2014. Eles foram construídos pelo Consórcio FrotaPOA, formado pelas empresas Alstom e CAF. Enquanto a carroceria foi montadas na fábrica da Alstom em São Paulo, a parte dos rolamentos foi construída na Espanha pela CAF.
A primeira falha
A primeira vez foi em abril de 2015 quando um dos veículos, o carro 234, descarrilou entre as Estações Farrapos e São Pedro, enquanto fazia uma viagem sem passageiros. O carro 234 ficou um ano e sete meses fora de operação – os demais retornaram 41 dias após o incidente.
O maior dos problemas
Em abril de 2016, problemas de infiltração de água nos rolamentos de alguns dos novos trens fizeram que a frota fosse retirada de operação pela segunda vez.
O retorno
No fim de 2019, parte dos trens da série 200 precisaram ser colocados novamente fora de operação por apresentarem falhas de fabricação, como problema de nivelamento e trinca no suporte da biela. Ambos foram problemas no truque do trem, plataforma sobre a qual a carroceria é assentada.
Empresas multadas
As empresas Alstom e Caf foram penalizadas em R$ 7,38 milhões. O valor é referente aos gastos adicionais que a Trensurb teve com o consumo maior de energia elétrica entre abril de 2016 e dezembro de 2018. Além disso, as empresas já haviam sido multadas em R$ 7,34 milhões por não terem entregue os veículos no prazo previsto.
O valor atualizado em 2019 apontava uma dívida de R$ 14,72 milhões que o consórcio tinha com a Trensurb. Como há ainda valores que não foram quitados pela empresa pública com os construtores, parte das multas - R$ 7,34 milhões - será abatida do montante a ser pago. O restante - R$ 7,38 milhões - será cobrado por meio de notificação extrajudicial.
Como a Trensurb deve aproximadamente R$ 17 milhões pela compra dos novos trens, o cálculo aponta que a dívida da autarquia é de R$ 2,28 milhões. Neste momento, porém, não há informação sobre quando este saldo será quitado.