Na semana que passou, o Exército entregou seu primeiro trecho da duplicação da BR-116. Após um ano e três meses de obra, 5 dos 50 km de responsabilidade do batalhão ferroviário já recebem o trânsito de veículos.
Mas por que o Exército consegue e as empreiteiras passam mais trabalho? Não há milagre nas ações das Forças Armadas. Há planejamento.
Em três anos, a empresa anterior, conseguiu executar 60% das obras nos lotes 1 e 2, entre Guaíba e Tapes. Ela entrou em recuperação judicial antes de conseguir concluir os trabalhos.
Algumas empresas, quando ganham licitações, se comprometem a executar obras por valores mais baixos do que conseguem cumprir. Somado a isso, há sempre o risco de o governo atrasar pagamentos. Poucas tem capital de giro suficiente para enfrentar meses sem pagamento. Dessa forma, a construtora suspende os serviços. Diferente do que a maior parte das pessoas pensa, obra parada causa prejuízo para as empresas, que locam boa parte dos equipamentos que usam. Paradas, as máquinas consomem os ganhos das construtoras.
O Exército, por não ser uma construtora, não tem capital de giro. Ele precisa que o governo pague antes do serviço ser executado. Dessa forma, a maior parte dos problemas que as empresas enfrentam, o Batalhão Ferroviário escapa. Além disso, o aquartelamento deixa menos rígida a chance das obras ocorrem em fins de semana e feriados. Não que as empresas não consigam, mas a hora trabalhada dos operários é mais cara. Lembre que o governo tem dificuldade de pagar em dia.
Receber verba de forma antecipa e ter os operários à sua disposição deixam o Exército, atualmente, em vantagem frente às construtoras. O Exército não consegue ter velocidade nas suas ações perante à grandes empresas, mas nem elas atualmente conseguem ter grandes e rápidas execuções. Dessa forma, diz a expressão, o Exército tem a faca e o queijo na mão pra ser o grande construtor de obras paradas.
A duplicação da BR-116 está aí para provar. Como se diz na caserna: o Exército não nega estribo.