Daqui a dois meses, a trincheira da Avenida Ceará vai completar 7 anos em obras. O trecho da passagem de nível tem aproximadamente 300 metros e deveria ter sido inaugurado, segundo o contrato, até fevereiro de 2016.
Para efeitos de comparação, para duplicar 21 quilômetros da RS-118, entre Gravataí e Sapucaia do Sul, o governo do Estado já demorou intermináveis 13 anos e meio. A expectativa é que os trabalhos ainda durem mais 12 meses até a inauguração.
Mas o que ainda falta ser feito para, enfim, a obra da trincheira da Ceará ser liberada? Praticamente nada. Os trabalhos foram suspensos entre o Natal e o Ano-Novo. Serão retomados em 6 de janeiro.
A construção já sofreu sete adiamentos desde 2016, quando deveria ser entregue. O contrato entre a prefeitura e a Conpasul estabelece o mês de março de 2020 como prazo final para conclusão dos trabalhos.
A construtora Conpasul, responsável pela obra, realizou a compra de um painel de controle que permitirá o acionamento automático do sistema que irá impedir que a parte mais baixa da trincheira alague em dias de grande volume de chuva. Este acionamento já pode ser feito de forma manual. A previsão é que este equipamento chegue nos primeiros dias de janeiro. Neste período também devem ser instaladas as placas de trânsito e realizada a pintura das faixas de tráfego. Ou seja, são poucos dias para concluir essas etapas.
Mesmo assim, a decisão do prefeito Nelson Marchezan é que a obra não será liberada, pois ainda não estará 100% pronta. Faltará ainda a instalação de uma tela nas paredes da trincheira. O próprio prefeito destaca que esse material atenderá apenas uma questão estética da obra.
E este procedimento deverá adiar em mais 30 dias a inauguração da passagem de nível. A prefeitura precisa publicar um aditivo no contrato que permita a construtora comprar a tela. A empresa estima que precisa deste tempo para comprar, receber e instalar a proteção nas paredes da trincheira.
Que necessidade há de se esperar 30 dias mais para liberar o trânsito no local? Por que não projetar essa instalação para horários e dias programados ao longo do mês de janeiro e fevereiro? Quanto tempo mais os motoristas precisarão perder para entrar e sair da cidade pela região? Se precisasse passar diariamente pelo local, o prefeito teria essa mesma paciência?
Por essas e outras que, depois de iniciar uma contagem regressiva de 100 dias para o término da construção - que não se cumpriu - lanço aqui uma nova campanha: Libera a Ceará, Marchezan. Vamos convencer o prefeito que essa prudência é desnecessária e que um mês faz sim diferença na vida de quem já teve inúmeros transtornos por causa de uma obra que chegou a ser prometida para a Copa de 2014.