Os usuários da RS-020 e moradores de Taquara foram surpreendidos na quarta-feira (28) com dois quebra-molas instalados nas cabeceiras da ponte sobre o Rio dos Sinos. A travessia está em obras desde fevereiro e os trabalhos devem ser concluídos em dezembro.
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) confirmou que autorizou a construção do redutor de velocidade nos dois sentidos da travessia. O motivo é que a sinaleira existente no local será retirada em breve.
Ela era usada para disciplinar o trânsito, pois apenas uma pista estava liberada e os veículos passavam pela ponte de forma alternada. Com o avanço das obras, o Daer informa que o tráfego está liberado desde quarta-feira, em ambos os sentidos, para veículos até 24 toneladas. Porém, a passagem deve ser em baixa velocidade até o término total da recuperação.
"O objetivo é continuar inibindo a velocidade no trecho e preservar os serviços já executados", informa nota da autarquia.
O Daer ainda não informou quando a sinaleira será retirada. A promessa é que o desligamento do semáforo ocorra o mais rápido possível. A outra opção, segundo o departamento seria interromper o tráfego no local até o término da obra.
A alteração no trânsito revoltou os moradores, que reclamam que a região é alvo de ladrões que atacam os veículos. Segundo eles, a diminuição da velocidade facilitaria a ação dos bandidos.
Até o prefeito de Taquara, Tito Lívio Jaeger Filho, não anda satisfeito com o Daer. Ele usou uma página do Facebook para criticar o que foi feito.
"Sinceramente trocaram seis por meia dúzia, a emenda ficou pior que o soneto, e com o máximo respeito, trocaram a merda pela bosta", diz comentário do prefeito.
Os problemas na região começaram em agosto de 2013 depois de uma sequência de dias chuvosos, que proporcionou o aumento do nível do rio. A ponte foi afetada e técnicos da autarquia encontraram riscos à estrutura.
Em maio de 2016, o Daer chegou a lançar concorrência para realizar a recuperação da ponte. O valor da obra foi estimado em R$ 5 milhões. A previsão era de que o trabalho seria executado em um ano e meio. A disputa, porém, foi suspensa um mês depois.
Em agosto do mesmo ano, o departamento anunciou que buscava uma alternativa mais barata. Somente em novembro de 2017, a autarquia informou que o projeto estava sendo revisto antes de ir para licitação. A concorrência foi lançada em março de 2018.
A ordem de início das obras ocorreu em agosto do ano passado. Porém, após o início da montagem do canteiro de obras, o departamento percebeu que haveria dificuldade de acesso do maquinário para a execução dos serviços e verificou a necessidade de complementar o projeto estrutural.
A construtora Engedal é a responsável pela recuperação da travessia. O custo total para a restauração chega a R$ 1,22 milhão. A obra está sendo feita com recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).