As autoridades do sistema prisional gaúcho estão contentes, embora cautelosas nas manifestações. Dos últimos quatro anos, o Natal de 2023 foi o que menos teve fugas de presos liberados para visitar suas famílias — na chamada Visita Periódica ao Lar.
Dos 1.073 presos liberados para visitar familiares na semana entre o Natal e o Ano-Novo, apenas 15 não retornaram (1,4%). São considerados foragidos.
A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) não revela em quais cidades eles estavam detidos, por questões de segurança e para não apavorar a população. Todos são do regime semiaberto, ou seja, trabalham de dia e pernoitam no presídio.
A situação já foi bem pior. Em 2020, 436 presos foram liberados e 21 não retornaram (5% do total). Em 2021, 1.104 foram liberados e 46 não retornaram (4%). Em 2022, 1.028 foram liberados e 20 não retornaram (2%). Mesmo que em outros anos tenha sido mais alto o índice de fugas, não se compara a outros Estados. Em 2023, no Rio de Janeiro, 14% dos presos liberados não retornaram à prisão.
Contentamento das autoridades não significa que estejam celebrando. Os 15 que fugiram representam risco para a sociedade. O ideal é que todos retornassem à prisão, por livre e espontânea vontade. Mas quem vive num mundo ideal?
A questão é que a proporção de foragidos diminuiu e isso é digno de um sorriso, que seja. Se a maioria retorna para pernoitar no presídio, sem ser forçada, algo positivo pode ter ocorrido no sistema. Inclusive ex-chefes de facção não aproveitaram para fugir. Boa notícia.