Muita gente se surpreendeu pelo fato de o empresário Mauro Hoffmann, um dos quatro condenados pela morte de 242 pessoas na boate Kiss (tragédia ocorrida em 2013), ter se apresentado em Santa Catarina para cumprir a pena. Ex-sócio da danceteria, ele foi sentenciado a 19 anos de prisão.
Maurinho, como é conhecido, apareceu às 8h da manhã desta quarta-feira (15) no Presídio Regional de Tijucas, em Santa Catarina. A cidade fica a 57 quilômetros de Florianópolis e a 12 quilômetros de Porto Belo, região de praias onde ele alega residir.
Conforme Mário Cipriani, defensor do condenado, Hoffmann pretende cumprir a pena em Santa Catarina. Isso porque a Lei de Execuções Penais (LEP) autoriza o sentenciado a ficar preso nas proximidades de onde reside. O juiz Orlando Faccini Neto, que condenou os quatro réus do caso Kiss, não fez objeções.
Os outros três réus também pretendem cumprir pena próximo dos seus lares. Luciano Bonilha Leão (produtor da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na hora do incêndio) e Marcelo de Jesus (vocalista da banda), condenados a 18 anos de reclusão, se apresentaram em São Vicente do Sul. Ambos alegam residir naquele município, distante 88 quilômetros de Santa Maria. Ficarão num presídio estadual, próximo aos familiares.
Já Elissandro Spohnr, o Kiko, ex-sócio da Kiss e o condenado com pena mais elevada (22 anos de reclusão), se apresentou à Justiça em Porto Alegre, mas deve ficar na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Aí o critério é uma mistura: geográfico (Kiko reside na Capital) e também pelo perfil do preso. Como ele é primário, sem ligações com o crime organizado, a ideia é que cumpra pena numa prisão que não é dominada por facções. É o caso da Pecan. Isso se os condenados não conseguirem recursos judiciais que garantam sua liberdade.
Tudo isso tem de ser ratificado pela juíza Traudi Beatriz Grabin, da central de transferências das Varas de Execuções Criminais de Porto Alegre e também de Santa Maria. Ela cuida das vagas nas casas prisionais.