Um dos maiores temores dos policiais é ser acusado de matar um inocente. Isso inclusive costuma inibir seu desempenho. Um dos receios das pessoas é ser confundido com um marginal e acabar morto pela polícia. Tudo isso pode ser suavizado por uma aparelhagem que começa a ser testada pelas polícias Civil e Militar no Rio Grande do Sul.
Como relata a colega Jennifer Gularte, policiais gaúchos começaram a usar câmeras acopladas aos coletes dos agentes. São dispositivos que servem tanto para prevenir abusos em ações policiais como para defesa dos representantes da lei, quando acusados de maus-tratos a suspeitos ou até de homicídios. É um “Big Brother” do bem, ainda em teste. Detalhe: os fabricantes asseguram que a filmagem não pode ser editada.
A rotina, quando acontecem mortos ou feridos numa ação policial, hoje, é a palavra das supostas vítimas contra a dos agentes da lei. Um festival de depoimentos, contradições, mal-entendidos, versões. Vez que outra alguma testemunha filma tudo com celular, o que ajuda a solucionar o caso. Mas à noite isso é difícil, sobretudo se uma das partes envolvidas está armada – ou as várias partes estão armadas.
A câmera no uniforme pode simplificar os processos judiciais. Ela já é rotina em várias polícias dos Estados Unidos. Na Rússia também. Os militares europeus e norte-americanos também usam esses equipamentos em suas ações – não todos, mas pelo menos um integrante do pelotão.
Ajuda a se defenderem da acusação de cometerem massacres, tipo de situação comum em áreas de conflito. Chacinas são excelentes instrumentos de propaganda de um adversário contra o outro, sempre bom lembrar. Isso vale para guerras ou para a segurança pública.