O home office, para muitos, é oportunidade de estreitar ligações com o lar, doce lar... Mas para os criminosos, é sinônimo de lucros. Sobretudo hackers com grande conhecimento de computação e pouca ética. Estudo divulgado esta semana pela multinacional Trend Micro, líder global em cibersegurança, mostra que o Brasil foi um dos principais alvos de ataques cibernéticos direcionados a aplicativos de internet banking e maquininhas de cartão, no primeiro semestre deste ano. Não por acaso, auge da pandemia de covid-19.
O estudo, denominado Fast Facts, também mostra que o Brasil é destaque em ataques em outras frentes, como mensagens eletrônicas e ransomware (sequestro de dados pessoais, seguido de pedido de resgate). Só em junho, o país foi o quarto com mais detecções de arquivos maliciosos (malwares) no mundo, atrás de China, Japão e Estados Unidos. Já na soma dos seis primeiros meses do ano, o Brasil foi o sétimo que mais recebeu ameaças por e-mail , 447 mil, sendo o sétimo principal alvo dos atacantes no mundo (os líderes foram EUA, Alemanha e Inglaterra).
Já com relação a roubo de dados bancários concretizados por meio cibernético, o número oficial é baixo, 3 mil, embora muita gente não preste queixa do golpe ou sequer o perceba. Outro tipo de golpe em crescimento, o sequestro da dados é também subestimado, já que grande parte das vítimas prefere pagar para ter seus arquivos devolvidos, sem avisar as autoridades.
E o Rio Grande do Sul? A última estatística mostra que os registros de estelionato cresceram 134% em um ano. Recebi telefonema de uma amiga esta semana. A mãe dela, idosa, foi vítima de um golpe misto: começou com um telefonema, avisando de uma pretensa movimentação suspeita nas contas bancárias dela. Os sujeitos falavam com ela no celular e bloqueavam a linha fixa dela, para impedir que avisasse os parentes. Aí pediram dados bancários “para confirmar se eram dela”. Ela forneceu tudo, inadvertidamente. Rasparam economias de uma conta, R$ 14 mil. Agora, tenta compreensão do banco, tentativa de devolução. Difícil.
Portanto, todo cuidado é pouco. Não custa lembrar: JAMAIS dê seus dados bancários para alguém de um número desconhecido. Não os informe por e-mail ou WhatsApp. Caso receba pedido de depósito, mesmo de um amigo, ligue para ele para confirmar. Cautelas simples, mas imprescindíveis.