Muito se fala de excessos nas abordagens policiais, e eles, de fato, ocorrem. Não são poucos os casos em que alguém tenta fugir e os representantes da lei disparam, em dúvida se quem correu é bandido e tentou reagir. Ou então o policial age com violência, algo ainda mais comum.
Mas e quando o policial é vítima no momento em que faz a abordagem? Já cobri três casos no Rio Grande do Sul em que agentes da lei foram mortos ao render suspeitos para averiguação – dois foram em Porto Alegre e um, em Canoas. Os homens detidos eram bandidos e não estavam dispostos a voltar para trás das grades. Reagiram à bala, matando os agentes (aconteceu com policiais civis e com policiais militares).
Agora aconteceu de novo, só que em São Paulo. Na madrugada de sábado (8), três PMs foram assassinados após abordar uma dupla de homens que se passavam por policiais civis. Os dois suspeitos tinham acabado de, arma em punho, deter um motoqueiro. Os policiais militares viram a cena e resolveram interpelar a dupla.
Um dos abordados pelos PMs se identificou como policial civil, com distintivo e carteira. Entregou uma pistola e aguardou que eles checassem sua identificação. Só que era falsa. Ao ver que efetivamente os policiais militares desconfiavam dele, sacou de outra arma e disparou contra os três. Matou dois na hora, foi ferido e ainda matou o terceiro. O suspeito acabou morrendo também. O colega de farra dele foi preso e jura que não fingia ser policial, que seu parceiro “enlouqueceu”.
O caso mostra o quanto é difícil a vida de policial. Se chega com dureza, mostrando energia, corre o risco de ser acusado de abuso. Se chega mole, na boa, pode ser assassinado – como aconteceu agora em São Paulo. Por essas e outras que vida de representante da lei está entre as mais estressantes profissões do mundo.