Na primeira reunião do grupo de transição do futuro governo, ocorrida na terça-feira, chamou a atenção o fato de que o presidente eleito Jair Bolsonaro e o seu vice, general da reserva Hamilton Mourão, voaram juntos até Brasília em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O voo conjunto contraria praxe determinada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e adotada nos principais países do mundo. Presidente e vice jamais devem viajar juntos, sob pena de deixar o governo acéfalo, em caso de acidente aéreo.
Isso é regra nos EUA, por exemplo. No dia do atentado às Torres Gêmeas, em setembro de 2001, o então presidente norte-americano, George W. Bush, e seu vice voaram em aviões separados e para regiões separadas do país (e, inclusive, ficaram bom tempo sem pousar, comunicando-se no ar e prevenindo-se de ataques). É uma precaução com fundamento. Em 2010, na Rússia, um acidente aéreo liquidou com a cúpula do governo polonês, matando o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, e todos os seus principais ministros.
E não é apenas nos governos que esse temor existe. Grandes empresas e até bandas de rock evitam que seus líderes viagem juntos. Mick Jagger e Keith Richards, do Rolling Stones, não pegam o mesmo voo sob hipótese alguma. É uma exigência da seguradora da banda, estabelecida em contrato bilionário.
Após a polêmica, o general Mourão anunciou nesta quinta-feira (8) que não voará mais com o presidente no mesmo avião.