Quem quiser falar de Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, pode escolher a faceta. A mais conhecida é a de propagador, no sul do Brasil, dos assaltos a carros-fortes. Eles já tinham sido praticados antes, mas Papagaio deu a eles um nível epidêmico.
Foi do bando dele o maior roubo já realizado no Rio Grande do Sul até então, o ataque a um blindado em Farroupilha, em 1995, que rendeu mais de US$ 1 milhão ao grupo (cerca de R$ 4,1 milhões hoje). Os bandidos fizeram policiais de reféns e usaram seus uniformes para forjar falsas barreiras na estrada, bloqueando o alvo. A tática foi repetida em Santa Catarina e território gaúcho, várias vezes.
Mas Papagaio também é astro das fugas, possivelmente o campeão no Sul. Fugiu seis vezes. Uma delas, baleado, de um hospital em São José, na Grande Florianópolis. As outras, de presídios. A mais espetacular: da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), em 1999, até então imune a fugas. Ele foi o primeiro, poucos vieram depois.
Papagaio foi baleado na faceta menos conhecida de sua trajetória: num tiroteio em assalto a banco em Blumenau. No episódio, morreu um vigia bancário. Papagaio foi condenado por isso. Reza a lenda que mandou advogados pedirem desculpas e oferecer ajuda a familiares da vítima. Verdade ou fake news, contribuiu para dar a ele reconhecimento no submundo. Agora caiu mais uma vez, de posse de fuzis - a arma favorita de quem ataca carros-fortes.