Nem o badalado José Mariano Beltrame (que impulsionou as UPPs no Rio), nem alguma estrela política em ascensão. O presidente Michel Temer parece ter optado por soluções caseiras e sem grandes arroubos midiáticos para ocupar os dois ministérios que comandam os servidores públicos armados do Brasil: o da Segurança (que supervisionará a ação das polícias) e o da Defesa (que comanda as Forças Armadas).
O anúncio oficial ainda deve ser feito nesta segunda-feira (26), mas fontes confirmaram a GaúchaZH que o experiente político Raul Jungmann (PPS) deixará o atual posto de ministro da Defesa para ocupar o Ministério da Segurança, a ser criado hoje mesmo. Já a vaga de Jungmann no ministério que comanda as Forças Armadas deve ser ocupada pelo general de Exército Joaquim Silva e Luna, hoje na reserva e que era secretário-geral do Ministério da Defesa.
Luna será provisório, porque Temer não desistiu de procurar um civil para a Defesa. É praxe, desde que foi criado, que o ministério seja ocupado por um civil, até para não melindrar (com a escolha de um general) os demais chefes das Forças Armadas.
Além de ser homem de confiança de Jungmann, Luna é pernambucano, como ele. General desde 2002, ele é um dos mais experientes militares brasileiros. Engenheiro, formado oficial do Exército na Academia Militar das Agulhas Negras (RJ), tem curso de operações na selva, de Combate Básico com as Forças de Defesa de Israel, de Altos Estudos Estratégicos e também é pós-graduado em Análise de Sistemas pela Universidade de Brasília (UNB). Comandou missão de instrução militar no Paraguai e foi adido da Defesa brasileira em Israel.
Jungmann vai tentar elaborar políticas públicas para as polícias brasileiras (federais e estaduais). Na prática, ditará orientações para os 425 mil policiais estaduais do país e cerca de 10 mil federais e rodoviários federais. Já Luna orientará políticas da tropa de 374 mil militares da ativa das Forças Armadas (228 mil do Exército, 77 mil da Marinha e 68 mil da Aeronáutica).