Petistas em geral e simpatizantes de Luiz Inácio Lula da Silva, em particular, têm comemorado uma notícia que se espalhou: a de que o ex-presidente teria sido inocentado no caso do triplex, um apartamento de luxo na praia de Guarujá (SP). A Polícia Federal investiga se o imóvel é dele, mas Lula nega.
O ex-presidente, efetivamente, não foi indiciado num inquérito policial remetido à Justiça semana passada, sobre a Operação Triplo X - que investiga lavagem de dinheiro ocorrida na compra de vários apartamentos no mesmo prédio do Guarujá onde Lula teria o triplex. Dos seis indiciados, cinco são ligados à Mossack Fonseca, escritório com sede no Panamá, especializado em abrir offshores (empresas no Exterior) para milionários que muitas vezes desejam ocultar seus bens. A PF concluiu que parte do prédio foi comprada pelo escritório internacional para limpar dinheiro de origem ilícita.
Acontece que Lula continua investigado em outro inquérito sobre apartamentos do Condomínio Solaris. O caso dele foi desmembrado da Operação Triplo X e a PF continua achando que o ex-presidente é o verdadeiro dono de uma cobertura de luxo naquele edifício do Guarujá. A investigação faz parte da Operação Aletheia, também ligada à Lava-Jato.
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Os policiais federais decidiram somar a investigação sobre o triplex que seria de Lula a outro inquérito que envolve o ex-presidente: a posse de um sítio de lazer em Atibaia (SP). Com relação a essa propriedade rural, a PF já possui laudo taxativo, no sentido de que o imóvel pertence mesmo a Lula. Perícia apontou 92 indícios de bens pertencentes ao ex-presidente guardados no sítio, mas nenhum bem ligado aos que se apresentam como donos da chácara, Fernando Bittar e Jonas Suassuna (ambos amigos de um dos filhos de Lula).
– Além da perícia temos vários depoimentos importantes que asseguram que o sítio e o apartmento foram reformados para o Lula – relata a Zero Hora um dos envolvidos na investigação.
No inquérito, ainda inconcluso, Lula é investigado por ocultação de bens e lavagem de dinheiro. Ou seja, a comemoração pela suposta absolvição do ex-presidente aconteceu cedo demais.