Bastou correr a notícia de que milicianos foram presos em Pelotas por torturar suspeitos de crimes para que alguns cidadãos corressem na defesa da empresa de segurança responsável pelos delitos. Bater em supostos ladrões é digno de aplauso, para muita gente. Esquecem dois fatores:
- Empresas de segurança que extorquem clientes, com sugestão de que serão assaltados se não pagarem, não passam de máfias. Diversos depoimentos e gravações obtidas pelo Ministério Público indicam que isso ocorria em Pelotas. Agora é preciso ir mais fundo e provar que isso realmente aconteceu. Se ocorreu, Lei do Crime Organizado neles...
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- Debaixo de socos, coices e algemado, qualquer um diz qualquer coisa. Essa história de resistir à tortura tem muito de bravata. Será que todos os suspeitos torturados eram ladrões? Pior: familiares dos suspeitos teriam sido espancados também. Alguém acha isso legítimo? Sem falar que é ilegal e criminoso.
Mas num fato muitos leitores têm razão: essas máfias privadas só proliferam porque o Estado não garante a segurança pública. Fenômeno que ocorre no Brasil e noutros países. Quando governantes perceberem que combate ao crime é gênero de primeira necessidade, as milícias não terão mais razão de existir.