Ao fazer uma avaliação sobre a transição energética do Brasil (e do mundo) em painel sobre o tema no 2º Congresso Cerealista Brasileiro, o presidente da Be8, Erasmo Battistella, ponderou que é preciso entender que trata-se de um processo continuado.
— Essa caminhada, não podemos nos iludir, será de longo prazo. Quando pensamos em energia, estamos falando de décadas, nunca de semanas — disse Battistela, fazendo uma analogia ao percurso do Caminho de Santiago, de 800 quilômetros, que ele percorreu neste ano em 28 dias.
A Be8, que nasceu como BSBios, tem apostado em diferentes frentes da produção de energia renovável. Uma delas está no investimento em nova unidade, em Passo Fundo, para a produção de etanol a partir de cereais como o trigo.
— Temos uma nova onda de biocombustíveis: o etanol de milho, no Centro-Oeste, e, no RS, estamos começando o de trigo, que terá impacto tão grande quanto teve o biocombustível para a safra de verão — avaliou o CEO.
A nova unidade está na fase de terraplanagem do terreno, o que deve durar até fevereiro. Ao mesmo tempo, pesquisa para o desenvolvimento de novas variedades de trigo e triticale vêm sendo feitas com a Embrapa e duas variedades desenvolvidas pela Biotrigo estão a campo.
CEO e presidente do conselho da 3tentos, João Marcelo Dumoncel, que também participou do painel em Garibaldi, destacou o papel dos biocombustíveis no fomento à atividade produtiva. A empresa, que é de Santa Bárbara do Sul, atua no segmento, com unidades no Estado e no Mato Grosso:
— É inimaginável hoje o preço de soja, milho, sem o biocombustível. E essa demanda não vai ficar só no milho e no soja, já estamos falando do trigo, tem a canola, sorgo uma série de benefícios que trazem a sustentação de preços e da atividade.
Para os palestrantes, o biocombustível está vivendo um momento importante no Brasil em razão da aprovação do novo marco regulatório dos combustíveis do futuro.