A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É uma combinação de pelo menos três ingredientes que poderá fazer o Rio Grande do Sul plantar — e colher — menos milho nesta safra. Mercado, clima e custo de produção são itens com potencial de interferir no resultado do ciclo.
A projeção de volume menor vem do 1º levantamento da produção de grãos 2024/2025, divulgado nesta terça-feira (15) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa do órgão é de que sejam produzidas 4,3 milhões de toneladas, baixa de 11,4% em comparação com a safra anterior. Em área, a redução estimada é ainda maior: 11,7%, com 719,6 mil hectares cultivados no Estado.
Gerente de Acompanhamento de Safras (Geasa), Fabiano Vasconcellos atribui a perspectiva à conjuntura do mercado do milho e "aos insucessos consecutivos das últimas safras".
— O risco de perda ser superior no milho do que na soja em uma estiagem também tem estimulado produtores a migrarem para outras culturas. O aumento de pragas, como a cigarrinha, também — acrescenta Vasconcellos.
Coordenador da Câmara Setorial de Milho da Secretaria Estadual da Agricultura, Paulo Roberto Vargas cita ainda o custo de produção como outro fator de desestímulo aos produtores neste ano:
— O custo dos fertilizantes estão elevados, o de sementes também. E a maior incidência de cigarrinha tem aumentado (a necessidade do) uso de inseticidas, o que é mais um custo.
Atualmente, 64% da área prevista para o milho no Estado já foi semeada, de acordo com a Emater. A instituição, no entanto, projeta um espaço um espaço pouco mais para a cultura: de 748,5 mil hectares.
No Brasil, o levantamento da Conab aponta para uma safra 3,5% maior, com 119 milhões de toneladas, considerando todas as safras da cultura (em outras regiões, há mais de uma por ano). A área, no entanto, deve ter leve redução, de 0,2%, com 21 milhões de hectares.