A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais do que embelezar os pomares, as flores que brotam nesta primavera das macieiras florescem também a expectativa de uma safra melhor neste ano. E a esperança vem de um passado recente, o ciclo 2023/2024, marcado por uma quebra de 27% na produção da fruta em todo o Estado. Em volume, foram 366 mil toneladas colhidas, de acordo com a Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi).
Para o engenheiro agrônomo José Alexandre Padilha de Souza, que assessora pomares no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, não tem como ser pior do que o ciclo passado — com relação ao volume produzido:
— De tão ruim que a última safra foi.
Vice-presidente técnico da Agapomi, Gianfranco Perazzolo acrescenta:
— Safra a gente vai ter. Só não sabemos o tamanho ainda, porque estamos muito no início.
Assim como a última, o início dessa safra também trouxe reflexos do clima. Se em 2023/2024 a chuva enxugou a produção gaúcha, agora, o inverno menos frio "confundiu" as macieiras.
— Em uma mesma árvore, há frutas consolidadas, flores abertas e gemas que vão abrir. A floração está bem heterogênea neste ano — descreve Perazzolo.
É o que observa também o último informativo técnico da Emater. Na Regional de Caxias do Sul, a variedade Fuji, por exemplo, está com variações nas florações. Pode-se haver, inclusive, alternância de produção — ou seja, uma colheita mais longa nesta safra.